Medições realizadas pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) mostram que a qualidade do ar no Grande ABC sofreu uma piora no ano passado. Em 2008, o nível de concentração do poluente ozônio no ar ultrapassou por 26 vezes o limite aceitável estipulado pela legislação. Já em 2009, este número saltou para 61, representando um aumento de 134%.Santo André foi a cidade que registrou maior quantidade de ultrapassagens em 2009. Foram 19 dias com qualidade do ar inadequada ou má. Em seguida, aparecem São Caetano (16 dias), Mauá (14) e Diadema (12). Estes quatro municípios são os únicos que possuem instrumentos para a medição de ozônio na região.Também foi notado um aumento dos dias em que a concentração de poluente chegou ao nível de atenção. Em 2008, o estágio crítico foi registrado por oito dias, enquanto no ano passado foram 14.De acordo com a Gerente da Divisão de Qualidade de Ar da Cetesb, Maria Helena Martins, o aumento da presença de ozônio no ar não significa um crescimento de atividades poluidoras. O ozônio é formado a partir da reação de gases voláteis, emitidos principalmente por veículos e indústrias, quando expostos ao sol e a altas temperaturas. Por isso, o pico de concentração ocorre entre 13h e 17h, e se agrava durante a primavera e o verão."De um ano para o outro, a emissão de gases não aumenta tanto assim. As variações ocorreram mais por questões meteorológicas", garante Maria Helena. "Em 2009, a chuva, a nebulosidade e a frente fria costumavam chegar mais ao final do dia, quando o pico de formação do ozônio já havia acabado". A explicação da gerente da Cetesb pode ser confirmada com os dados obtidos pelas medições em janeiro de 2010, um dos meses mais chuvosos dos últimos anos. A qualidade do ar foi considerada inadequada por apenas um dia na estação de São Caetano."O ozônio é um problema em todas as grandes cidades e apresenta uma solução complexa porque, enquanto são aplicadas medidas de combate (melhorias tecnológicas, aprimoramento da qualidade do combustível e fiscalização das indústrias), a frota de veículos vai aumentando", finaliza Maria Helena.Saúde - Altos níveis de concentração de ozônio no ar trazem diversos prejuízos à saúde. De acordo com o médico Elie Fizz, professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC, este tipo de poluente causa irritação das mucosas, das vias aéreas e dos olhos.Nos dias em que a qualidade do ar é considerada inadequada, a população em geral pode apresentar sintomas como tosse seca e cansaço, além de ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensíveis podem apresentar efeitos mais sérios."Quem tem doenças respiratórias, como asma e bronquite, sofre mais. A alta concentração do ozônio pode inclusive desencadear crises", alerta.
Flávia Corbó Do Diário OnLine
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Mudanças Climáticas
Causas das mudanças climáticas
As mudanças climáticas, outro nome para o aquecimento global, acontecem quando são lançados mais gases de efeito estufa (GEEs) do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver.
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