segunda-feira, 24 de novembro de 2008

BRASIL: Qual o princípio da nossa mudança?

Somos seres humanos considerados racionais porque pensamos.
Agimos de forma tão egocêntrica que acabamos esquecendo as questões
ambientais. Que racionalidade é essa? Talvez seja por isso que o mundo
esteja cada vez mais degradado. Não estamos pensando no próximo, nem
no meio ambiente. Sendo assim não pensamos em nós mesmos.
A terra é nossa fonte de vida, é nela que nós moramos,
plantamos e colhemos; e como tudo que se planta se colhe, temos que
plantar bons frutos agora, para que as atuais e futuras gerações
possam usufruir de tudo que ela nos oferece. Ela é um dos motivos da
existência humana, é óbvio falar que precisa ser preservada, mas por
incrível que pareça, este óbvio não é seguido. Não podemos compreender
em que transformamos o mundo. Nós jovens, chegamos ao ponto de dizer
que é necessário ser irracional para alcançarmos a racionalidade.
Alcançamos um patamar de inversão de valores altíssimo.
A Constituição Federal brasileira traz no seu artigo 225, que
"todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo para as
presentes e futuras gerações". Este belíssimo texto não sai da teoria.
Não queremos teorias, queremos PRÁTICA! Queremos que isso saia do
papel, que vire realidade! É triste ver uma criança chorar ao contar
que bebe água poluída, por falta de opção. Pergunto-lhes: é esse o
Brasil que vocês querem para seus filhos e netos? Nos perguntamos se
as gerações passadas, tinham tantas preocupações e inseguranças em
relação ao meio ambiente... Se escutavam que sua cidade podia ser
coberta pelo aumento do nível dos oceanos; que teriam uma maior
probabilidade de desenvolver câncer de pele; que poderiam ter uma
intoxicação ao consumir uma água poluída; que seus filhos não teriam a
oportunidade de ver e presenciar a diversidade da fauna e da flora.
Temos como objetivo melhorar a qualidade do ar que respiramos
e ajudar a preservar o nosso meio ambiente, por meio de nossas
atitudes sempre pensando primeiro em nossa comunidade. Nós, a
sociedade, temos que nos responsabilizar em conscientizar a todos(as),
sobre o acúmulo do lixo e principalmente sobre os destinos inadequados
do mesmo, realizando atividade com as escolas e comunidades. E
envolvendo principalmente o poder público na implementação de uma
política pública de coleta seletiva e destinação adequada dos resíduos
sólidos.
Iremos dialogar com a população com a finalidade de assumir
nossas responsabilidades em relação à preservação da fauna e flora.
Para isso realizaremos ações com a comunidade para amenizar as
queimadas, o desmatamento, a desertificação e o tráfico de animais.
Cada um de nós precisa ter o compromisso de diminuir o consumo
de energia elétrica por meio de atos básicos, como: não deixar a luz
acesa sem necessidade, estimular a criação de projetos para o uso de
energias renováveis nos municípios e utilizar racionalmente os eletro
domésticos.
A água é o elemento de maior importância para o ciclo da vida.
Atualmente ela está sendo o principal alvo da poluição. O ser humano é
o causador desse problema e também a própria vítima. Os fatores que
contribuem para a escassez da água potável são: a poluição dos rios, a
falta de saneamento básico, contaminação, desertificação, dentre
outros.
Para minimizar esses problemas devemos buscar parcerias com órgãos
públicos e instituições não governamentais, para construir ações de
revitalização dos rios e de recuperação das nascentes. É necessário
realizar palestras socioambientais que conscientizem e mobilizem a
população para a preservação das regiões afetadas e dos biomas como um
todo.
Temos que entender que não adianta apenas reclamar, temos que
fazer a nossa parte. Devemos parar de criticar as atitudes humanas sem
nos incluirmos nesta humanidade. Antes de culpar o outro por não agir
de forma sustentável, pare um instante e reflita: EU ESTOU FAZENDO A
MINHA PARTE? EU ASSUMO MEU PAPEL E MINHAS RESPONSABILIDADES NA
SOCIEDADE? Tudo parte de dentro para fora. Do micro pro macro, pois
não adianta você pensar no âmbito federal e na sua comunidade não
existir uma colaboração. Uma base bem estruturada surge primeiro
dentro da casa de cada um; e é de casa para o mundo. Um micro bem
estruturado reflete-se num macro também com uma boa estruturação. Nós
brasileiros devemos acreditar que podemos fazer a diferença para o
país, e sermos agentes construtores de um mundo melhor, não aceitando
tudo passivamente.
Diante do exposto, informamos que, para alcançarmos o nosso
objetivo é preciso que estejam de mãos dadas nesse processo, o
governo, a sociedade (famílias e escolas), e as empresas; sem essa
união esse tripé não se estabelecerá e conseqüentemente o elo não
estará formado. Propomos uma parceria, um processo reeducativo, um
novo projeto socioeconômico, político e ambiental. Para assim
chegarmos a uma conscientização maior, a um meio ambiente saudável e à
própria preservação humana.
Devemos direcionar o entendimento de empresários no sentido de
que a produção de produtos não deve continuar a visar apenas à
lucratividade, e alertar a sociedade que o consumo pelo consumo é
"campo minado". Esses fatores são imprescindíveis para construção de
uma sociedade mais igualitária e justa; inserida num contexto
ambiental saudável, conforme os princípios de qualidade de vida e bem
estar.
O mundo todo deve estar voltado para a qualidade de vida da
espécie humana e dos demais seres vivos, quem estiver contrario a isso
está contra si mesmo e aos descendentes que virão.
Salvador,
Bahia, 19 de novembro de 2008
Delegados e Delegadas da I Conferência Estadual Infanto-Juvenil de Meio
Ambiente

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