As promessas de campanha do Dr.Aidan, estão longe de serem cumpridas.Vejam algumas que dizem respeito ao meio ambiente.(matéria publicada pe DGABC, em Agosto/2008).
"Aidan também propõe estudo de viabilidade de investimentos em equipamentos para aterro sanitário; usina de compostagem e reciclagem, que, segundo o vereador-prefeiturável, estão sucateados. "A vida útil do aterro é limitada. No máximo três anos", afirmou, ao acrescentar que falta hoje um planejamento estruturado.Outra meta do petebista, caso eleito, é atingir 100% de coleta seletiva."
ABC produz 2,3 mil toneladas de lixo por dia, mas recicla só 1%.
Gastos com coleta, transporte e armazenamento de material recolhido estão na casa de R$ 90,5 milhões anuais (Foto: Divulgação/Semasa)
A produção de resíduos sólidos urbanos no ABC atingiu a marca de 2,3 mil toneladas por dia em 2010. Entre os maiores produtores estão São Bernardo e Santo André, com média de 273,7 mil e 332,4 mil toneladas em 2010, respectivamente. Os gastos com coleta, transporte e armazenamento de material recolhido estão na casa de R$ 90,5 milhões anuais na região.Apesar disso, apenas 1% de todo o lixo produzido no ABC vai para cooperativas de reciclagem. Como meio de diminuir o problema do espaço ocupado pelos resíduos, as duas maiores produtoras de lixo da região planejam usinas de incineração, apesar de especialistas divergirem em relação aos benefícios da medida. Em São Bernardo o equipamento deve sair em 2014. Já Santo André estuda a viabilidade.
Em São Bernardo, cada um dos 765,4 mil munícipes descarta cerca de 890 gramas de lixo por dia, volume que gera custo anual de R$ 42 milhões, sendo R$ 24 milhões com coleta, R$ 18 milhões com o aterro sanitário Lara, em Mauá, e R$ 1,5 milhão com a operação ‘cata bagulho’.Santo André paga R$ 64,80 por tonelada de lixo produzido e encaminha cerca de 2,7 mil toneladas de resíduos para o aterro municipal mensalmente. Quinze estações de coleta espalhadas pela cidade cuidam do recolhimento de entulhos.Os 386 mil moradores de Diadema produzem 9 mil toneladas de lixo por mês, o que gera gasto de R$ 15,2 milhões por ano com coleta, transbordo, transporte e destinação final para o aterro sanitário Lara, em Mauá. O município tem o programa Pé na Rua, que recolhe entulhos pela cidade, no entanto, não consegue especificar o gasto com a ação.A produção de lixo em Mauá em 2010 foi de 91 mil toneladas, com gasto de R$ 6,7 milhões com transporte do lixo e R$ 6,7 milhões com o aterro. Já São Caetano produz média diária de 1,1 kg de lixo por pessoa, volume de 60 toneladas em 2010, com gasto médio de R$ 500 mil por ano.
Três municípios puxam queda na coleta
Enquanto o volume de lixo coletado no Brasil teve alta de 7,7% na comparação entre 2009 e 2010, em Santo André, São Bernardo e Diadema a quantidade resíduos sólidos armazenado caiu 12,7% neste período, segundo levantamento da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). A quantidade coletada nas três cidades caiu de 1,9 mil toneladas por dia em 2009 para 1,7 mil um ano depois.O dado causa estranheza a Adriana Garcia Ferreira, coordenadora do departamento técnico da Abrelpe. “Não saberíamos explicar ao certo porque o volume de lixo coletado caiu no ABC, já que a tendência é universalização do serviço no Brasil e a coleta tem que funcionar”, comenta.
Semasa quer aterro completo em 2012
O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) quer começar 2012 com 40 mil metros do aterro sanitário em operação. Segundo Elídio Moreira, diretor de Resíduos Sólidos, no início de agosto a autarquia irá protocolar pedido de licença de intervenção na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). “Com a licença aprovada e em mãos teremos de quatro a seis meses de obras”, explica. “Essa é a nossa prioridade número um”, sustenta.Em fevereiro deste ano, a Cetesb liberou a operação na área de 6 mil metros quadrados, impossibilitada desde maio de 2010 devido a irregularidades. Mesmo com o sinal verde para a área menor, o Semasa envia ao local apenas 10% dos resíduos sólidos da cidade. A quantia, segundo Moreira, é uma forma de prolongar até fevereiro de 2012 a sobrevida do atual espaço. Por mês, Santo André gera 27,7 mil toneladas de resíduos sólidos, dos quais 25 mil são destinados ao aterro Lara, em Mauá. Pela migração do lixo, são despendidos mensalmente R$ 1,6 milhão (R$ 65,80 por tonelada).Se toda a projeção for ratificada, a cidade terá, a partir de 2012, uma área de 46 mil metros para o aterro sanitário, o que daria uma sobrevida de 13 anos. As últimas exigências da Cetesb para o espaço maior visam a implantação do sistema de drenagem de águas pluviais, instalação de drenos horizontais nas camadas de resíduos e a elaboração do programa de monitoramento geotécnico para a estabilidade do atual maciço. Segundo informações do portal do governo do Estado, a licença de operação, concedida a título precário, no início deste ano, é exclusiva para o recebimento de até 66.514 m³ de resíduos na porção oeste. A CETESB, segundo o texto, continua analisando o pedido feito pelo Semasa para concessão da Licença de Instalação referente à ampliação do aterro a uma segunda área de 39.805 m² contígua ao atual maciço.Coleta seletiva é insuficiente
Todo mês a região destina para a reciclagem cerca de 760 toneladas de resíduos sólidos, ou seja, cerca de 1% de tudo que é produzido na região. A coleta seletiva na maioria dos municípios é realizada em trabalho conjunto com as cooperativas de triagem de recicláveis. Santo André é a cidade que mais se destaca em quantidade de resíduos coletados: 400 toneladas por mês.A coleta seletiva está presente em 100% do município desde o ano 2000. Atualmente o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) desenvolve um projeto para a instalação de um condomínio da reciclagem ao lado do aterro municipal. O objetivo é destinar ao espaço os resíduos reunidos nas mais de 500 PEVs (Postos de Entrega Voluntária) espalhadas pela cidade.
O incentivo para os munícipes realizarem a triagem voluntariamente é uma das principais ferramentas dos municípios. Mauá possui 150 pontos de coleta, onde são recolhidos por mês 60 toneladas de lixo reciclável. Para a representante da Cooperma (Cooperativa de Reciclagem de Materiais de Mauá), Idinéia Bruno Ferreira, a conscientização existe, mas ainda é necessário mais responsabilidade referente ao assunto.“As famílias estão cada vez mais conscientes, mas o problema vem de cima para baixo. As prefeituras e as empresas acabam misturando o lixo, o que dificulta cada vez mais o nosso trabalho”, denuncia. Para realizar uma triagem mais precisa, o município de São Caetano está em processo de implantação da coleta seletiva porta a porta nos bairros. O serviço é realizado uma vez por semana, acompanhado de orientação aos munícipes, em seis dos 15 bairros da cidade. Por mês, são coletadas 90 toneladas de resíduos recicláveis.A coleta seletiva em Ribeirão Pires também é realizada através da coleta porta a porta, com arrecadação de 30 toneladas por mês. Embora seja o maior entre os municípios, São Bernardo recicla atualmente apenas 1% do lixo coletado (cerca de 180 toneladas por mês), no entanto, planeja implantar um novo sistema de coleta com o objetivo de atingir 10% até 2016.
Usina de incineração divide opiniões
O ABC terá, a partir de 2014, a primeira usina de incineração de resíduos sólidos. Instalado em São Bernardo, o equipamento poderá produzir 30 MW/h de energia, suficiente para iluminar todas as ruas e prédios públicos do município. Enquanto isso, a vizinha Santo André aguarda resultado de estudo feito por agência americana para instalar também usina.Apesar da movimentação dos governos locais, a proposta gera debates e divide opiniões. Para o engenheiro Eleusis Di Creddo, conselheiro da ABLP (Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública), diversos países utilizam a incineração para diminuir os problemas ocasionados pela produção de resíduos sólidos e, consequentemente, gerar energia. “O aproveitamento energético dos resíduos apresenta algumas vantagens em relação à tecnologia do aterro sanitário, pois usinas podem ser implantadas mais próximas dos centros geradores de resíduos, permitem a redução significativa de peso e volume do lixo, alem de não emitirem gases do efeito estufa e não prejudicarem o meio ambiente”, afirma.
Segundo Di Creddo, apesar de benéfica, a usina se torna muitas vezes inviável devido ao alto custo. “São instalações de alto custo de implantação e operação. Precisam de grandes quantidades de resíduos e de uma complexa conjunção de valores de venda de energia para que se viabilizem”, completa. A estimativa é que a usina de São Bernardo receba aporte de R$ R$ 3,6 bilhões por meio de PPP (parceria público privada).
Ledo engano
Já a professora de Educação Ambiental e Meio Ambiente do Centro Universitário da Fundação Santo André, Angela Martins Baeder, integrante do comitê executivo do Projeto Brasil-Canadá (programa de cooperação entre os dois países para buscar soluções na questão de resíduos sólidos), as usinas não apresentam aspectos positivos. “Falar que a usina resolve o problema de destinação final do lixo é um ledo engano. Quando o lixo é incinerado ele não poderá mais se tornar matéria-prima da cadeia produtiva, um problema. Falar que o que for reciclável não será incinerado é mentira, pois o plástico e a borracha são as principais fontes de energia desta usinas”, explica.Para Angela, a solução está no investimento público. “A incineração não vai acabar com o lixo. Ele apenas será esquecido, pois ocupará menos espaço. O que é necessário é investimento público em campanhas de educação ambiental para fazer com que as pessoas participem mais da coleta seletiva e diminuam o consumo de produtos que não podem ser reciclados”, completa.
População dá exemplo de sustentabilidade
“A reciclagem gera emprego para todos. Antes apenas reciclávamos garrafas de plástico, agora fazemos varal deste produto e o próximo passo é fabricar vassouras com o mesmo material. Além de ajudar o meio ambiente, a ação gera mais emprego e renda”, revela Antônio Sérgio Almeida, ex-catador e agora motorista da fábrica de varal pet, em Diadema.“O trabalho de coleta é um dos únicos que hoje não exige escolaridade. Mas não se pode deixar o catador só esperando o lixo chegar. Tem de incentivar para que a pessoa não fique dependendo apenas da cooperativa”., diz Claudinei Lima, integrante do Projeto Rede Gerando Renda - Catadores do ABC e coordenador de fábrica de varal pet, que emprega 6 pessoas em Diadema.
“Fundamos a empresa Vertas em 2009 e desde lá percebi que muito material eletrônico pode ser recuperado, com isso aproveitamos os recursos e evitamos desperdício. Conseguimos recuperar pelo menos 98% do material”., comenta Walmir Cristino, químico e proprietário da empresa de reciclagem de equipamentos eletrônicos Vertas, em Santo André.“Trabalho com reciclagem há nove meses e hoje acredito que é possível viver do reaproveitamento dos materiais, como o plástico. Além de aprender como reaproveitar garrafas de plástico também faço a coleta seletiva em casa e trago os resíduos sólidos para a cooperativa”., conta Nelson Souza Matos, funcionário da fábrica de varal pet, em Diadema.
Jornal Repórter Diário 22/07/2011
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