terça-feira, 13 de outubro de 2009

Planta da Amazônia é arma poderosa contra poluição.Leia mais


Missao Tanizaki adverte que até produtos químicos são usados na erradicação do aguapé


Aguapé não é praga. Além de ser muito útil em lagos de jardins, essa planta pode ser usada por pequenos agricultores como fonte de energia, combustível e fertilizante. Sobram estudos e falta determinação, constata-se na análise do trabalho persistente feito na internet pelo fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura e bacharel em química, Missao Tanizaki, de Brasília...

Temperatura global pode aumentar quatro graus em 50 anos.Leia mais


Uxbridge, Canadá – A perspectiva de aumento de quatro graus centígrados na temperatura média da Terra no prazo de 50 anos é alarmante, mas não alarmista, segundo cientistas especialistas em clima. Há apenas 18 meses, ninguém se atrevia a imaginar a humanidade elevando a temperatura em mais de dois graus centígrados, mas as crescentes emissões de carbono e a incapacidade política de acordar novas reduções levam a ciência a considerar o que antes era impensável...

Ciclistas não têm espaço nas cidades do Grande ABC


Foto:Armadilha pega ciclista do SEMASA
DIÁRIO DO GRANDE ABC- 12/10/2009
Vanessa Fajardo Do Diário do Grande ABC
A escassez de ciclovias no Grande ABC faz com que as bicicletas cada vez mais deixem de ser utilizadas como meio de transporte e ajudem a desafogar o trânsito. Ciclistas ouvidos pelo Diário dizem que se a região tivesse mais opções e infraestrutura para pedalar, a adesão à bike poderia crescer.
Santo André e São Bernardo empatam no número de ciclovias: são três em cada cidade. Em São Caetano, a ciclovia da Avenida Kennedy tem dois quilômetros e inclui área para descanso. A Prefeitura prevê a construção de um parque linear na Avenida Tijucussu com uma nova via para bicicletas que se articulará com a da Kennedy. Em Diadema e Ribeirão Pires não há qualquer pista para os ciclistas; Mauá e Rio Grande da Serra não informaram sobre a existência desses equipamentos.
"Há três anos fui atropelado quando andava de bike em São Paulo. Aqui na região, as ciclovias melhoraram, mas ainda faltam pistas", afirma o chapeiro Ailton Alves da Silva, 33 anos, que mora em Santo André e usa a magrela para trabalhar em São Caetano. "Com certeza faltam pistas e proteção. O trânsito é complicado e se houvesse mais infraestrutura todo mundo andaria mais", complementa o metalúrgico Pedro Carrinho, 53, morador de São Bernardo.
Se por um lado, especialistas e ciclistas apontam a necessidade de a região investir em ciclovias, não há números do que seria o ideal para cada município. O professor de Transporte da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso de Franco Peixoto, diz que esse indicador só seria possível a partir de um estudo de origem e destino que apontasse os trechos mais planos das cidades, e revelasse a predominância de viagens dos moradores. "É preciso sentir a potencialidade do bairro e avaliar características como a renda per capita da população. Quando se trata de pessoas de classe média ou média-baixa, a expectativa do uso da bicicleta é maior."
"Há três anos fui atropelado quando andava de bike em São Paulo. Aqui na região, as ciclovias melhoraram, mas ainda faltam pistas", afirma o chapeiro Ailton Alves da Silva, 33 anos, que mora em Santo André e usa a magrela para trabalhar em São Caetano. "Com certeza faltam pistas e proteção. O trânsito é complicado e se houvesse mais infraestrutura todo mundo andaria mais", complementa o metalúrgico Pedro Carrinho, 53, morador de São Bernardo.
Se por um lado, especialistas e ciclistas apontam a necessidade de a região investir em ciclovias, não há números do que seria o ideal para cada município. O professor de Transporte da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso de Franco Peixoto, diz que esse indicador só seria possível a partir de um estudo de origem e destino que apontasse os trechos mais planos das cidades, e revelasse a predominância de viagens dos moradores. "É preciso sentir a potencialidade do bairro e avaliar características como a renda per capita da população. Quando se trata de pessoas de classe média ou média-baixa, a expectativa do uso da bicicleta é maior."

A cidade e o rio


por Thiago Medaglia
Pobre Tietê. Quer saber o nível de civilidade da população de um município ou o quanto ela valoriza a qualidade de vida? Olhe para seu rio.O reflexo da relação de carinho ou não das pessoas com o lugar que escolheram para viver é mais evidente nos corpos d'água. Sujo, feio e malcheiroso, o principal rio da maior cidade do hemisfério Sul não faz nada além de exibir as feridas abertas pela forma como vem sendo tratado em sua porção metropolitana. A urbanização trouxe gente demais, carros em excesso, asfalto de sobra e roubou do rio seu espelho d'água. Quase impossível imaginar as nuvens do céu (quando é possível vê-las) refletidas no leito do Tietê. Pobre do paulistano.
No passado, não era assim. Até os anos 1940, o Tietê era parte do cenário social da cidade. São Paulo vivia o rio. Sob a luz do luar, os namoros eram ritmados por serenatas na antiga ponte Grande, a primeira a cruzar o leito, feita de madeira no século 17 e substituída pela ponte das Bandeiras, em 1942. Aos poucos, as competições a remo perderam espaço para o entulho acumulado sob a torrente morta. Os nadadores, vitimados por todos os gêneros de micose e doenças transmitidas pela água imunda, aposentaram as braçadas. Os peixes sumiram das redes dos pescadores. São Paulo perdeu a poesia. E virou as costas para o Tietê.
O rio dos primórdios da ocupação da capital tinha outra cara. Era um Tietê de corpo sinuoso, com corredeiras e água que variava entre o tom chá e o aspecto barrento, dependendo das chuvas. As margens eram tomadas por uma vegetação de várzea, repleta de bichos. Tudo muito diferente do corpo retilíneo e sem graça avistado hoje das avenidas marginais. A forma atual foi surgindo aos poucos, ganhando espaço a partir do começo do século passado, com a construção das primeiras usinas hidrelétricas na região. Hoje, nas palavras dos técnicos dos departamentos públicos, o Tietê não é mais um rio. É um canal de engenharia.
Notícia que ninguém quer aceitar. É como encontrar, por acaso, na seção de óbitos do jornal, o nome de uma pessoa querida. Sentimento parecido deveria ser despertado no habitante de São Paulo. Para o geógrafo francês Maurice Pardé, "rios são seres tão complexos quanto o ser humano". Mas há entre nós uma brutal diferença, uma capacidade da qual jamais iremos dispor: eles revivem. É o que acontece com o Tietê ao deixar para trás a capital.
No interior, apesar de ter sofrido transformações, ele ainda ostenta trechos de águas limpas e muitos peixes. Outra boa notícia é que, ao menos em termos de coleta e tratamento de esgoto, os últimos 15 anos foram marcados por crescentes avanços. Uma esperança tênue de que talvez o paulistano volte a ter vontade de se olhar no espelho.
Thiago Medaglia, 28, jornalista e coautor do livro-reportagem "Tietê, um Rio de Várias Faces" (ed. Horizonte), é o colunista convidado desta edição.
FOLHA DE S.PAULO - 11/10/2009.
Revista da Folha