segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que é o Patrimônio Verde?


Patrimônio verde é a biomassa vegetal presente e distribuída pela cidade. As árvores constituem seu principal elemento.
Este patrimônio é um legado construído por pioneiros, e gerações de cidadãos, e que vem acumulando valor através dos anos. Este patrimônio nos chega acompanhado pelo direito de usufruí-lo e o dever de preserva-lo para aqueles que virão.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Quanto vale uma árvore urbana?


Uma árvore urbana vale 255 dólares anuais para a cidade.
Este número foi definido por um estudo realizado nos Estados Unidos levando em conta os benefícios que proporciona em termos de economia de energia, conservação de água e solo, melhoria do ar e clima, e valorização de propriedades.
Comprovadamente contribuindo para o conforto ambiental no espaço urbano, a árvore é responsável direta pela:
- Diminuição da poluição sonora (absorção de ruídos)
- Diminuição da poluição do ar (purificação do ar e retenção de partículas)
- Diminuição da poluição visual (vida cor e beleza para as ruas)
- Amortecimento climático (esfriamento do ar no verão, e diminuição do vento no inverno)
- Diminuição da exposição à irradiação solar (proteção contra câncer de pele)
- Proteção contra vendavais (diminui danos as construções)
- Bem estar físico e mental das pessoas
- Equilíbrio ecológico (sustenta flora e fauna, e diminui vetores de doenças)
- Valorização de propriedades
- Elemento visível para valorização da natureza nas novas gerações.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Que árvores ajudam mais a cidade?


As arvores de grande porte. Estudos comprovam que uma árvore de grande porte tem a capacidade de esfriar o ar equivalente a quatro aparelhos de ar-condicionado, ligados 24 horas por dia.
O impacto ambiental benéfico das árvores só ocorre quando a cidade possui uma arborização extensa, presente em todas as ruas, e, principalmente, constituída por grandes exemplares.
Mas para atingir este estado elas precisam entre 30 e 40 anos de crescimento. Portanto, é muito mais racional e econômico para cidade cuidar das árvores maduras e plenas já existentes, que, por exemplo, iniciar um re-plantio.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Porque as árvores na minha cidade estão sendo cortadas?


Basicamente por dois motivos: desconhecimento do valor de uma árvore, e interesses econômicos.
O desaparecimento de árvores urbanas está ocorrendo em quase todas as cidades brasileiras. Todo dia se matam, envenenam e mutilam muito mais árvores, e em número crescente, que exemplares novos são plantados.
É comum ver que quando uma casa é posta a venda ou aluguel, as árvores da calçada são cortadas para permitir maior visibilidade da placa da imobiliária. O mesmo acontece após uma reforma pelo morador, e se busca impressionar os vizinhos.
Algumas concessionárias de distribuição de energia elétrica consideram a árvore parte do custo de sua empresa, e não um patrimônio da cidade e seus moradores. Redes elétricas antigas, de cabos elétricos nus, exigem podas deformadoras nas árvores que provocam, em poucos anos, a morte de milhares de exemplares.
Observe como está se tornando raro árvores nas calçadas onde passa a rede elétrica.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Porque se aceita a morte de árvores urbanas?


O desrespeito sistemático e depredatório desta floresta do asfalto, transformando árvores em esculturas dantescas por poda brutal, ou apenas num remendo na calçada, acaba por provocar uma anestesia, nos insensibilizando para o arboricídio que acontece todos os dias em nossas calçadas.
Que morador iria impedir a poda brutal de sua árvore pela empresa elétrica local? Quem questionaria o arquiteto que projetou o portão da garagem justo onde há uma árvore na calçada? Quem investiria em matar o cupim, em vez de cortar uma grande árvore?
Perdemos o espaço público, do convívio com a vizinhança. Perdemos as ruas e nos isolamos em nossas casas de muros altos, ou "seguros" apartamentos.
As ruas se tornaram um lugar perigoso também para as árvores.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Quem esta tomando o espaço das árvores nas nossas ruas?


Os interesses individuais e de mercado se apropriaram negativamente de nossas ruas, que hoje são palco para:
- Lojas derrubarem árvores históricas para estacionamento, ou para destacar a fachada
- Imobiliárias envenenarem e cortarem árvores para dar visibilidade aos imóveis
- Empreendimentos substituírem áreas verdes por construções e palmeiras
- Empresas com redes elétricas antigas, que, com o fim das árvores, evitarem o custo de modernização por redes ecológicas
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O que é a "arborização anã"?


Uma cidade apenas com arbustos e arvoretas nas suas calçadas, com aplicação de podas de rebaixamento ou corte das árvores cuja altura superar os 5 metros...
Este é o consenso que algumas empresas de distribuição elétrica, cegas ao bem estar dos demais, estão tentando criar nas cidades onde operam.
Nas cidades que a prefeitura e os moradores adotaram esta "nova técnica de arborização urbana" estão se registrando os maiores e definitivos estragos ao seu patrimônio verde.
Este consenso adotado deixa uma arborização insuficiente até para dar sombra a uma bicicleta, mas perfeita para garantir diminuição de custos em podas e crescimento dos lucros da empresa elétrica.
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Como posso identificar o grau de destruição do patrimônio verde em minha cidade?


O desaparecimento dos grandes exemplares, principal "inimigo" das redes elétricas convencionais, costuma ocorrer em três etapas. E, por mais assustador que possa parecer, isto acontece com a ajuda dos próprios moradores!
Procure identificar se o patrimônio verde esta em perigo, e qual seu estágio de destruição:
Estágio 1 - Quando, em uma rua com árvores grandes, elas estiverem apenas na calçada onde não há rede elétrica. Neste estágio as podas já provocaram a deformação ou morte das árvores mais valiosas
Estágio 2 - Quando os moradores do lado da rua com rede elétrica passaram a plantar apenas árvores baixas ou artificialmente arredondadas. Neste estágio estes moradores já desistiram dos grandes exemplares mutilados, e procuram evitar que as equipes de poda da empresa elétrica estraçalhem suas novas árvores.
Estágio 3 - Quando os moradores do lado da rua sem rede elétrica, "seguindo o consenso", também trocam suas árvores pelos característicos arbustos ou árvores podadas. Neste estágio a cidade assume a arborização urbana anã: as grandes árvores desaparecem e se multiplicam os serviços de poda estética (topiaria).
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Quais as conseqüências da perda do patrimônio verde?


Com o desaparecimento do amortecedor climático natural há:
- Aumento do calor, inclusive a noite
- Ar mais seco e conseqüente problemas respiratórios na população
- Piora da sensação térmica de frio no inverno, causado pela falta de proteção ao vento
- Maior exposição aos raios solares, causadores do câncer de pele
- Vendavais mais fortes, e conseqüente aumento de danos as propriedades
Os mais afetados pela perda da arborização serão os moradores economicamente distantes das soluções artificiais de conforto como ar condicionado, umidicadores de ar, técnicas construtivas favoráveis, quintais e jardins.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

É possível recuperar o patrimônio verde perdido?


Sim.
A cidade irá necessitar de recursos, resgatar ou criar um consenso pró-arborização, uma contínua reeducação de seus moradores, e pelo menos 30 anos de trabalho para recriar, em parte, a arborização perdida.
Este texto está sob copyright da ONG TudoVerde (http://www.tudoverde.org.br/vernoticia.php?id=116).

Cidades ignoram política ambiental


Descaso com arborização urbana é exemplo da falta de estratégia municipal.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081213/not_imp293187,0.php
Por Alexandre Rodrigues
Mais de 90% dos municípios do País sofreram impacto de alterações ambientais nos últimos dois anos. Mas sua estrutura para políticas de ambiente ainda não é compatível com a gravidade do diagnóstico. É o que informaram prefeitos e secretários das cidades ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem a Pesquisa de Informações Municipais 2008.
Embora a proporção de cidades com conselhos municipais de ambiente tenha mais do que dobrado na última década - subindo de 21,4% para 47,6% entre 1999 e 2008 -, só 1.880 dos 2.650 órgãos consultivos criados para envolver cidadãos na formulação de políticas fizeram pelo menos uma reunião nos últimos 12 meses. Se for considerado o município com conselho ativo e recurso específico para o setor, só 18,7% se enquadram nesse item. Em pouco mais de 16% há secretaria exclusiva, e a área só conta com 0,8% do total do funcionalismo municipal do País. Apenas um quarto das cidades faz licenciamento de impacto ambiental local.
Queimadas e desmatamento são as duas maiores causas de alterações ambientais freqüentes nos municípios do País. Em 2002, o assoreamento de corpos d?água, que contribui com o transbordamento de rios nas enchentes, tinha sido o impacto mais citado pelos gestores. Esse porcentual permaneceu no patamar de 53% em 2008, mas a inclusão de queimadas e desmatamento na lista fez com que essas duas categorias assumissem a dianteira, com 54,2% e 53,5%, respectivamente. Os Estados do Norte e Nordeste apontaram, proporcionalmente, mais impactos ambientais do que os do Centro-Sul.
Em média, os municípios indicaram 4,4 ocorrências de alguma alteração ambiental impactante e freqüente em 2007 e 2008. Na Região Norte, o desmatamento foi assinalado por 71% das cidades; no Nordeste, por 65%. O mesmo se repete em relação às queimadas. Como conseqüência, queixas de poluição do ar, mais ligada no passado aos grandes pólos industriais, foram mais relatadas por prefeituras da Região Norte (36,3%) do que do Sudeste industrializado (19,2%). Ao condensar os impactos ambientais que os gestores consideraram ter afetado as condições de vida de seus habitantes, as regiões Norte e Nordeste tiveram, proporcionalmente, mais cidades atingidas (24% e 20%, respectivamente) do que Sul (9%) e Sudeste (11%).
A cidade de São Paulo listou dez problemas, entre eles poluição do ar e da água, contaminação do solo e degradação de áreas protegidas. No Estado, o assoreamento de rios, que favorece enchentes, foi apontado por 58,1% das cidades. Em segundo lugar, aparecem as queimadas (50,4%), ligadas ao corte de cana, e a poluição de cursos d?água (34,9%), cujo pior exemplo é o do Rio Tietê.
SISNAMA
De acordo com especialistas, os números mostram que é necessário fortalecer órgãos municipais de ambiente. \"Muitos falham em seus objetivos de preservação por não adotarem uma gestão plena, como a responsabilidade pelo licenciamento ambiental. Fica tudo na mão do órgão estadual. Nenhum centavo obtido com a multa de um posto de gasolina irregular, por exemplo, vai para o município\", diz Clarismino Luiz Pereira Jr., presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais do Meio Ambiente. Para Mario Mantovani, da SOS Mata Atlântica, é hora de fortalecer o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), que unificaria os órgãos federal, estadual e municipal. \"Isso garantiria mais verba para resolver os problemas das cidades\", diz.