terça-feira, 29 de maio de 2012

Chácara Baronesa-Área de Proteção Ambiental, abandonada pelo Estado e pela Prefeitura de Santo André."Espaço foi declarado parque estadual há 11 anos".

Área verde é tomada por cracolândia. A Chácara Baronesa, área em Santo André que possui 340 mil metros quadrados de território em condições de APA (Área de Proteção Ambiental), está sendo tomada por usuários de crack. Cerca de 35 dependentes químicos estão morando no local em condições precárias. Os ocupantes afirmam que o espaço possui população itinerante de aproximadamente 50 pessoas, que vão até lá todos os dias para fazer uso da droga sem serem reprimidos."Tenho família e minha casa. Só venho aqui para fumar crack. É um lugar escondido, onde ninguém está vendo o que estamos fazendo", afirmou A.N.L., 28 anos, que diz ser dependente da droga desde adolescente. Ele conta que já procurou tratamento, mas não consegue largar o vício.Por ser espaço de mata fechada, os dependentes químicos consideram o local tranquilo para o consumo da droga. "Os usuários chegam aqui fugindo dos problemas da vida. A família não aceita o vício, então usamos esse lugar para esquecer tudo isso. Às vezes, acabamos ficando e não voltamos mais para casa", revelou A.N.L..M.R., 54, contou que mora na área há dois anos. Usuária desde 2003, tentou largar a droga algumas vezes, mas não obteve sucesso. Ela relatou as dificuldades que enfrenta para sobreviver. "Fiz um barraco para me proteger da chuva. Pego água na bica que existe aqui perto. A vizinhança próxima ajuda bastante a gente dando comida", afirmou.Os ocupantes garantiram que fazem de tudo para que o local seja pacífico, sendo utilizado apenas para o consumo da droga. "Cuidamos do espaço. Quando chega gente que não conhecemos, procuramos saber quem é. Não queremos colocar nossas vidas em risco, deixando qualquer pessoa entrar aqui, sem saber o que fez lá fora. Tem gente que nós expulsamos porque vem aqui trazer problema", disse M.. "Convivemos bem. Somos como uma família. Se um está doente, o outro cuida."Ontem, a Polícia Militar foi até a área após receber denúncia de invasão. Vinte e oito pessoas encontradas no local foram averiguadas, mas nenhuma foi detida. Segundo a corporação, a maioria deles tinha passagem criminal. "Pedimos a colaboração das autoridades responsáveis. Têm gente entrando e saindo daqui todos os dias. Se deixar, vai chegar cada vez mais pessoas. Uma hora perderemos o controle", disse o soldado Flávio Ferreira da Silva, que estava à frente da operação.O Estado é responsável pela Chácara Baronesa. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente informou que foi comunicada da entrada dos usuários. Por conta disso, acionou a Polícia Ambiental para dar apoio à fiscalização do terreno e retirar as pessoas que adentram a área sem autorização.Espaço foi declarado parque estadual há 11 anos.Localizada na divisa com o município de São Bernardo, a Chácara Baronesa foi decretada parque estadual em 31 de agosto de 2001, tendo sua administração destinada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Porém, o local nunca foi, de fato, área de lazer. Em abril de 2009, foi assinado protocolo de intenções entre o Estado e a Prefeitura de Santo André, com intuito de implementar gestão compartilhada no local. No entanto, a operacionalização do parque só pode ser iniciada após a retirada de 337 famílias que moram irregularmente no terreno. O Estado diz que realiza o monitoramento da área para evitar ocupações. No entanto, a equipe do Diário constatou que o sistema de vigilância é falho.O processo de desocupação encontra-se em análise na assessoria técnico-legislativa do Estado. Cadu Proieti Do Diário do Grande ABC

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Liberação da pesca no Parque Central pelo Dr.Aidan Ravin causa mais uma vítima

Ave é ferida por anzol em pesca no Parque Central Eliane de Souza Do Diário do Grande ABC Frequentadores do Parque Central, em Santo André, foram surpreendidos ao curtir a tarde ensolarada de ontem. Um biguá, pássaro mergulhão, foi fisgado acidentalmente no lago durante uma pesca. Com a ajuda da população e da GCM (Guarda Civil Municipal), o animal foi resgatado, teve o anzol retirado do bico e foi solto novamente.Segundo testemunhas, esse tipo de acidente é comum no parque. Aves que se alimentam de peixes migram para o Parque Central e, com a pesca liberada, vários destes animais já foram mutilados por linhas e anzóis. Frequentadores do local reclamam da falta de atitude por parte dos órgãos competentes. "Tentamos chamar a Polícia Militar Ambiental, a Defesa Civil e até os bombeiros, mas ninguém se dispôs a ajudar a salvar o biguá", conta um frequentador, que não quis se identificar.Mesmo tendo ajudado no resgate, a GCM não conta com equipamentos para resgate de espécies feridas. Segundo os guardas, a corporação conta com um barco no Parque Celso Daniel, mas ele só é utilizado para obras do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), no Rio Tamanduateí. Em julho de 2011, o Diário informou que o decreto que proibia a pesca no Parque Central havia sido revogada pelo prefeito Aidan Ravin (PTB). Sem legislação específica, a orientação dada à corporação para que seja utilizado o "bom-senso". Eliane de Souza Do Diário do Grande ABC