quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quantidade de árvores é baixíssima na região



Fotos APC: Árvores "podadas" pela PMSA na Rua Cambuquira Jd.Bela Vista
A matéria abaixo do Jornal Repórter Diário é um exemplo do que está acontecendo com a arborização em Santo André.O poder público da nossa cidade trata com desprezo a arborização, a maior parte dos nossos vereadores encaminham solicitações para a retirada de árvores, onde as vezes até alegam fatos inverídicos como justificativa.O interesse é claro, agradar o eleitor, menosprezando a importância das árvores para a cidade, fica claro o interesse individual acima do coletivo.
Chega a causar surpresa e indignação a elaboração de projeto pela PMSA, apresentado à Câmara de Vereadores e ao Ministério Público prevendo a retirada de 30 por cento da arborização exótica de Santo André.Pelo que estamos observando este projeto já está em prática, pois acompanhamos a retirada de árvores sadias das calçadas da cidade, inclusive árvores nativas como a Sibipiruna.Infelizmente por omissão, egoísmo e desconhecimento da nossa sociedade e desprezo e atitude criminosa pelo poder público de Santo André, a arborização pública está sendo dizimada.
Abaixo matéria do Jornal Repórter Diário
Embora representem qualidade de vida para a população, o controle e manutenção das áreas verdes estão longe do planejamento urbano das prefeituras do ABC. Dos sete municípios, apenas Santo André, São Bernardo e São Caetano têm números relativos à quantidade de áreas verdes e árvores. No total, as três cidades possuem 197 mil árvores, o que representa uma média de uma árvore para cada 8 habitantes, enquanto a proporção ideal seria de pelo menos uma árvore por pessoa, segundo a professora Dagmar Santos Roveratti, especialista em árvores e plantas da Fundação Santo André.
A região conta com 35 parques e somente Santo André, São Bernardo e Diadema concentram 1,4 mil praças. Mesmo assim, especialistas acreditam que ainda não é o ideal. De acordo com Murilo Andrade Valle, coordenador do curso de Engenharia Ambiental também da Fundação, a quantidade de árvores na região é “absurdamente” mal distribuída. “A região é muito carente de área verde. Faltam políticas públicas consistentes e orgânicas em relação ao plantio de árvores na região”, reclama.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda 12 m² de área verde por habitante. A maioria dos municípios da região não possui dados precisos quanto à quantidade total de área verde. Apenas São Bernardo informou ter atualmente 2 m² por habitantes, enquanto Ribeirão Pires possui 200 m² por habitante.Como forma de ação, algumas prefeituras incluíram no planejamento de 2011 a plantação de mudas. Ao todo, serão cerca de 24 mil novas árvores inseridas nos espaços urbanos, mas o professor Murilo Valle alerta que o problema vai muito além do plantio. “Plantar é fácil, o difícil é manter. O primeiro passo seria investir em infraestrutura e pessoal qualificado para identificar as deficiências, depois a ação de plantar mais”, critica.
Precisa envolver a população, diz professora,A professora Dagmar também diz que a quantidade de áreas verdes na região está muito abaixo do ideal e acredita que algumas espécies são mal conduzidas nas ações de plantio. “As prefeituras não planejam nem monitoram o plantio. Também não existe um trabalho junto à população para informar sobre a importância da manutenção e permanência das árvores”, reclama.
O coordenador do curso de Engenharia Ambiental lembra que o corte de árvores é requerimento constantemente presente nas plenárias das câmaras de vereadores do ABC. “O munícipe reclama e o vereador vai lá e defende a retirada sem saber se a ação é devida ou não. É preciso chegar ao entendimento de que uma arborização regular traz o benefício da estética, melhoria da saúde pública, redução de eventuais gastos públicos, como na questão das enchentes”, afirma Murilo Valle. Os demais municípios da região não possuem dados a respeito.Projeto de corredor verde engatinha no ABC.A implantação do chamado corredor verde (ruas e avenidas com árvores de grande porte plantadas em sequência, em calçadas ou canteiros centrais de vias) ainda é apenas teoria no ABC. Embora a discussão integre sazonalmente a pauta regional, o assunto ainda carece de ações efetivas.“Não existe vontade política. Os gestores estão mais preocupados com a implementação e recapeamento de vias do que com o meio ambiente”, critica o ambientalista Fábio Vital, vice-presidente do Subcomitê de Bacias Billings-Tamanduateí.O primeiro passo para alavancar o reduto verde, segundo Vital, seria por meio da integração do plano diretor dos sete municípios. O traçado ambiental seria concebido inicialmente com a ligação entre os parques que são os pequenos bolsões verdes.A reportagem ouviu vários especialistas e nenhum deles soube informar se a região possui estudo específico que aponte qual seria a extensão ideal desse corredor. O Consórcio Intermunicipal chegou a discutir o tema durante reunião dos prefeitos em agosto do ano passado. Porém, a temática não ganhou corpo. O corredor verde, defendido pelo ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr, prevê faixa da rodovia dos Imigrantes ligando o Parque do Estado à área de Proteção da Represa Billings. São Paulo, por exemplo, tem pesquisa, feita pela USP, que aponta a necessidade de pelo menos 48,5 km de corredores verdes urbanos no município. A malha proposta no estudo iria do Parque Villa-Lobos, em Pinheiros, zona Oeste, até o Tatuapé, na zona Leste. Pelo levantamento, os bairros paulistanos com mais urgência no plantio de árvores (espécies como sibipiruna – de até 25 metros de altura) são Água Rasa, Mooca e Bela Vista.Municípios oferecem 35 parques e 1,4 mil praças.O ABC tem hoje 35 parques, distribuídos entre Santo André (12), São Caetano (5), São Bernardo (5), Diadema (7), Mauá (2), Ribeirão Pires (2) e Rio Grande da Serra (1). Os locais chegam a receber quase 400 mil frequentadores por mês, atraídos por pistas de caminhada e de skate, quadras poliesportivas, ciclovias, brinquedos e até mesmo academias ao ar livre.Em Santo André, os 12 parques recebem média 65 mil visitantes por mês, que desejam praticar atividades físicas, andar de skate ou se exercitar. Possui, ainda, cerca de 700 outras áreas verdes, entre praças, canteiros, ilhas e ilhotas. Sem projetos para novos parques e informação sobre o total de investimentos na área, a cidade tem duas praças em fase de construção: Anibal Guedes (bairro Curuçá) e Elis Regina (bairro Capuava).São Bernardo possui cinco parques, que recebem até 192,7 mil pessoas por mês. Além do Estoril, que passa por melhorias até 2012, há a Cidade da Criança, reaberta ao público em dezembro. O município conta com 523 praças, 327 delas pavimentadas, 256 iluminadas, 238 com bancos e 105 com quadras. A Prefeitura investiu R$ 2 milhões em 2010 e cerca de R$ 14 milhões em 2011 nestes espaços.Borboletário.Sete parques, com média mensal de 28,7 mil visitantes, é o que oferece Diadema. Para os interessados em quiosques com churrasqueiras e quadras poliesportivas, o Parque do Paço, em revitalização, é uma dica. Quem busca encontro com a natureza o ideal é o Jardim Botânico, com o Borboletário Tropical Conservacionista Laerte Brittes. Diadema possui cerca de 180 praças, com playground, áreas de descanso e quadras poliesportivas, e estuda a construção de mais espaços.
Mauá oferece dois parques: Natural do Jardim Guapituba e Natural Gruta de Santa Luzia, responsáveis por atrair cerca de 19,4 mil pessoas por mês. Em Ribeirão Pires, os parques Milton Marinho de Moraes e Pérola da Serra, que recebem a cada mês 1,6 mil visitantes. O primeiro proporciona vista da represa Billings e da Mata Atlântica enquanto o Pérola da Serra é o endereço certo para quem gosta de tranquilidade e ar puro.Dos seis parques de São Caetano, o Espaço Verde Chico Mendes é o mais badalado, com 600 visitantes/dia, atraídos por espaço para caminhada e corrida, e pelo playground e três lagos. Três obras estão em andamento: instalação de totens para uso de Internet nas praças públicas, instalação de playgrounds no Chico Mendes, 3ª Idade Moacyr Rodrigues e avenida Kennedy, além da revitalização e remodelação da praça Morais Sarmento. Confira no site do Repórter Diário – www.reporterdiario.com.br - os endereços dos parques e praças.
Falta de áreas verdes agrava doenças
Os benefícios das árvores vão muito além da preservação e perpetuação da fauna e da flora. As áreas verdes também são responsáveis por proporcionar bem-estar e auxiliar na manutenção dos seres vivos. É o que defende Rogério Alvarenga, professor de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina do ABC.Alvarenga diz que a presença de árvores afeta nossa realidade de duas maneiras, uma delas na saúde psicológica. Diz que quando nos deparamos com um parque, uma praça arborizada ou até mesmo um bonito jardim, somos levados a uma sensação de tranquilidade, pois aquilo é um local mais calmo do que o meio da rua ou o escritório. Apesar disso, muitas vezes não damos o valor necessário a uma avenida bem arborizada.Já do ponto de vista da saúde física, os aspectos positivos passam pelo controle do microclima, retenção de material particulado do ar, absorção da radiação solar e contribuição para a umidade do ar. Afirma que tudo isso nos traz conforto térmico e, consequentemente, nos faz sentir melhor. É por isso, diz, que a falta de áreas verdes é um agravante para as doenças já existentes. O professor conta que de uns 15 anos para cá o poder público começou a entender que praças e parques são muito mais que local para lazer, mas espaço destinado à saúde da população. A região é um exemplo disso, diz.Em casa
Portanto, a dica do professor para quem sente necessidade de maior aproximação com a natureza, mas que não tem praça, parque ou rua arborizada perto de casa é investir em jardins e vasos. “Tudo isso ajuda. A presença da natureza, por mais que seja um vaso de flor dentro de casa, já é benéfico, pois deixa o ambiente mais agradável”, completa.Opinião:“Os parques do ABC são, de longe, bem melhores do que os de São Paulo. Sempre frequento estes locais com meus filhos e acho a infraestrutura muito boa”. Eu gosto.Dikson Hein, autônomo, de São Caetano.
“Acho que as áreas verdes e parques públicos da região são suficientes. Sempre levo meus filhos para passear. Só a praça dos Meninos, que está abandonada”.
Luciana Henicka, dona de casa e moradora de São Bernardo.
“Sempre faço caminhada na praça dos Meninos, aqui em São Bernardo, e ela não recebe manutenção, o local está sempre sujo. A Prefeitura precisa cuidar deste espaço”.
Manuel Hernandez, aposentado, de São Bernardo.
“Não tenho tempo de ir aos parques do município. As únicas vezes que eu fui eles estavam praticamente abandonados e não recebiam nenhum tipo de manutenção”.
Santina Jora, doméstica, de Santo André.
“As áreas verdes são suficientes e a infraestrutura muito boa também, porém infelizmente ainda falta espaço reservado para as bicicletas. A gente não tem onde deixar”.
Selma Sampaio, cabeleireira, de São Bernardo.
“Precisamos de mais áreas verdes. Perto da minha casa, em Capuava, tem só um parque e ainda abandonado, os bancos estão quebrados e o espaço sem manutenção”.
Silene Gonçalves, representante de atendimento, de Santo André. Repórter Diário