quarta-feira, 23 de março de 2011

Objetos em rede elétrica viram atração no Parque Central


Os visitantes do Parque Central, em Santo André, se deparam com uma imagem inusitada na fiação elétrica que sai do espaço de lazer em direção à comunidade habitacional Gamboa. São vários objetos dependurados, como brinquedos, calçados, utensílios de plástico, fazendo uma perigosa decoração no local.De acordo com Maria Aparecida Vieira, usuária do parque, há quase dois meses foi feita reclamação à AES Eletropaulo sobre a situação de vandalismo. “Inicialmente, procurei a prefeitura, mas orientaram que era de responsabilidade da Eletropaulo. No primeiro contato com a empresa foi dito que em até 20 dias o problema seria averiguado e solucionado. Como não vi resultado, liguei novamente e eles pediram mais dez dias, mas até o momento não houve a retirada dos objetos.”A munícipe ainda acrescenta temer um acidente. “Não sei se aqueles objetos podem contribuir para um curto circuito e colocar em risco os visitantes do parque e da comunidade.”Fase de programação
Em resposta ao questionamento, a AES Eletropaulo informou que a manutenção dos fios em questão não é de responsabilidade da distribuidora, por estarem localizados dentro do Parque Central.A Prefeitura de Santo André informou que após vistoria no local, a retirada dos objetos mencionados está em fase de programação de data e hora, pois a rede de alta tensão necessita de desligamento temporário por percorrer tensão aproximada de 13.800 volts.
SOLANGE BORGES-DIÁRIO REGIONAL

Em quatro anos a região pode ficar sem água


A região metropolitana de São Paulo precisa receber investimentos de R$ 4 bilhões para evitar problemas de abastecimento de água até 2015.O montante representa 75% dos recursos a serem investidos no Estado,na ordem de R$ 5,4 bilhões. Os dados constam no Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, publicação inédita no país, coordenada pela Agência Nacional de Águas (ANA).No documento estão reunidas informações detalhadas sobre a situação dos 5.565 municípios brasileiros com relação às demandas urbanas, à disponibilidade hídrica dos mananciais, à capacidade dos sistemas de produção de água e dos serviços de coleta e tratamento de esgotos.
A região metropolitana, incluindo o ABC, concentra mais de 30 milhões de habitantes que correm o risco de desabastecimento nos próximos quatro anos, caso não se façam os investimentos apontados pelo estudo. Cidades como Santo André, São Caetano e São Bernardo são listadas como locais com necessidade de novo manancial. Estudos hidrológicos constataram que a quantidade de água em período de estiagem é ou será insuficiente para atender à demanda atual ou futura dessas localidades.Reúso ä
De acordo com o ambientalista Virgilio Alcides de Farias, o problema de abastecimento de água na região já é crítico. “A Grande São Paulo carece de 65 mil litros de água por segundo para os 39 municípios. No entanto, 42,7% desse recurso é importado da bacia hidrográfica de Piracicaba, com nascentes em Minas Gerais. Isso é a demonstração da escassez do produto na própria região”, afirmou.Farias argumentou que o ciclo de tratamento da água se tornou vicioso pela redução das nascentes de reservatórios, como os da represa Billings, que dispõe atualmente de apenas 3 mil. “Hoje consumimos água de reúso. A produção de esgoto é maior que a de água limpa. Na década de 20, quando foi construída a represa, eram produzidos cerca de 33 mil litros de água por segundo, hoje caiu para 14 mil por conta da ocupação desordenada dos mananciais, desmatamento e destruição de nascentes”, pontuou.
O doutor em hidrologia e coordenador de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Murilo Andrade Valle, não analisa como problemático o consumo de água de reúso. “Na Austrália já é praticado com segurança. Hoje temos técnicas avançadas de tratamento para garantir a qualidade” destacou.Valle ressaltou que os problemas que envolvem o abastecimento de água na região devem ser tratados pelo Consorcio Intermunicipal do ABC. “A instituição precisa voltar para sua origem, sendo mais técnica e menos política. A região precisa de planejamento estratégico para prevenir os problemas futuros nesse segmento. Sem atuação conjunta, dificilmente o ABC não sofrerá com falta de água nos próximos anos”, ressaltou.
SOLANGE BORGES-DIÁRIO REGIONAL