sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Manejo degradante do DEPAV não respeita a Fauna do Parque Central

A luta em vão da Marrequinha Irerê para tentar chocar seus ovos no Parque Central
IRERÊ

Nome científico: Dendrocygna viduata
Quanto mede: 35 cm
Onde vive: vivem na América do Sul e África
Filhotes: até 12 ovos
A marreca-irerê é uma das mais típicas marrecas do sul do Brasil, encontradas na região sendo, muitas vezes, avistada em bandos de quase 150 aves. Estão sempre alertas e prontas a dar alarme com insistente alarido. Possui uma máscara branca na cara, as asas são negras e largas e o bico, assim como os pés, são de coloração acinzentada.
Constrói os ninhos no chão, camuflados por arbustos e tufos de capim, onde podem colocar até 12 ovos.Alimenta-se de sementes e de pequenos invertebrados, os quais procura sempre próximo das margens dos lugares onde vive. Filtra a água e a lama com o bico serrilhado para ingerir pequenos invertebrados.
Fonte: www.curiosidadeanimal.com

20 de Outubro de 2009-Ao verificarmos a roçagem executada pelo Depav em um dos bosques do Pq.Central encontramos o ninho de Irerê destruído, pois a moita de capim que lhe servia de abrigo foi toda cortada.Mesmo assim a marrequinha não abandonou o seu ninho e continuou chocando seus ovos...

21 de Outubro de 2009-Em um dos raros momentos, em que o casal não estava chocando os seus ovos, pois o macho e a fêmea revezam nesta tarefa, verificamos que um deles já se encontrava quebrado...

25 de Outubro de 2009-Com o mato roçado e totalmente seco a sua volta, o casal persiste e não abandona o ninho, mesmo desprotegidos e expostos ao sol, a chuva e também aos predadores.

31 de Outubro de 2009-O casal de Irerês continua chocando seus ovos...

05 de Outubro de 2009-FINAL TRISTE!
Infelizmente como já prevíamos o ninho foi todo destruído por algum predador, mais uma vez a natureza não teve vez no Parque Central, devido ao manejo degradante executado pelo Depav.
Entendemos que o Parque Central é localizado em área urbana, mas é perfeitamente possível deixar a vegetação em algumas de suas áreas, principalmente nos bosques, para que as aves e os pássaros possam criar e se alimentar, inclusive já fizemos esta solicitação na Carta de Manejo protocolada por três vezes no DEPAV pela nossa entidade.
Se faz necessário um trabalho de educação ambiental junto aos usuários do parque, pois muitos sem saber destas questões solicitam a roçagem em todas as áreas do local.
Como podemos ver abaixo, o fato se enquadra na Lei de Crimes Ambientais;
Lei Federal 9.605 de 12 de Fevereiro de 2008
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
Seção I
Dos Crimes contra a Fauna
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
Artigo 225, § 1º, VII da Constituição Federal brasileira, “incumbe ao Poder Público proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade”.
Denunciamos o fato a Polícia Militar Ambiental e ao cobrarmos uma atitude por telefone obtivemos a seguinte resposta do policial que nos atendeu:
_ O meu senhor, o que o senhor quer que eu faça?
Encontramos a frase abaixo em um trabalho sobre meio ambiente, ela reflete a realidade de como são tratadas as questões ambientais em nosso país;
ESQUECEM-SE QUE SE NÃO FOR DADA A REAL IMPORTÂNCIA E PRIORIDADE
ÀS COISAS AMBIENTAIS, EM UM FUTURO MUITO PRÓXIMO, DELITOS COMO
ROUBAR, MATAR, SEQUESTRAR, NÃO TERÃO TANTA IMPORTÂNCIA, JÁ QUE
NÃO HAVERÁ O QUE COMER, O QUE BEBER, NEM O QUE RESPIRAR.
Autor: FLÁVIO AZEVÊDO DE OMENA
Sargento da Polícia Militar Ambiental do Estado de Alagoas

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