segunda-feira, 15 de julho de 2013

Usinas de incineração do “lixo” urbano, na contramão da sustentabilidade.

O lixo é uma riqueza pública.Explorá-lo com inteligência e respeito à vida e ao meio ambiente é dever de todos nós.” "Minha experiência ao longo de anos, tendo como atividade profissional a reciclagem e compostagem, com a transformação de resíduos em fertilizantes orgânicos, aliada à participação em seminários e congressos ligados à preservação do meio ambiente, incluindo o Fórum Mundial de Sustentabilidade, permite-me colocar as observações, alicerçadas também em depoimentos de técnicos e profissionais de envergadura na área. Os itens seguintes são oferecidos para a discussão das autoridades e da população. 1. Os projetos são dispendiosos, não se sabe seus verdadeiros custos e nem o valor que será pago pela queima do lixo. 2. Não existem dados que comprovem a viabilidade econômico-financeira do projeto. 3. Essas usinas têm tecnologias obsoletas e estão sendo desativadas em países europeus. Em 1958, o Brasil desativou a usina de incineração em Manaus- Amazonas. 4. Não geram empregos, aliás, causam o desemprego das pessoas envolvidas com o processo de coleta e reciclagem. 5. Não há segurança em relação à eliminação dos gases – altamente cancerígenos – e as cinzas tóxicas. As dioxinas e furanos são altamente tóxicos e acumulativos. Eles são prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos pela inalação e também pela contaminação das plantações alimentícias, e das águas de nossos córregos e rios, em outras palavras, entram na cadeia alimentar. 6. Entidades que lutam em favor do meio ambiente e pela melhoria da qualidade de vida são totalmente contra esses projetos, incluindo autoridades do Ministério Público e a própria ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 7. As usinas nucleares, termoelétricas ou simples incineradoras, têm sido notícia na imprensa, constantemente, pelos vazamentos. Na implantação foram “vendidas” como de alta segurança. 8. Em 2003, a Companhia Energética de São Paulo, a Cesp, tentou implantar uma termoelétrica em Mogi Mirim/SP, projeto abortado por um único motivo: perigo de contaminação, através de gases tóxicos, formadores da chuva ácida. 9. Na Convenção de Estocolmo, em 2004, do qual o Brasil foi signatário, há a recomendação para a eliminação gradativa dos incineradores de lixo. “Transformar resíduos recicláveis em lixo e fumaça tóxica é crime ambiental, social, econômico e humano.” Ulisses Girardi Diretor do Grupo Visafértil

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